“RONDA POLICIAL
POPULAÇÃO É QUE PERDE
POLÍCIA está presa pelo B.O.
LEONARDO GORGES
Agentes reclamam que a grande quantidade de registros de boletins tem travado investigações nas delegacias.
O Boletim de Ocorrência é um dos procedimentos mais simples e comuns nas delegacias de polícia. Mas, o que era para ser uma ferramenta para iniciar a investigação tem deixado parte da Polícia Civil insatisfeita. A Delegacia de palhoça é um exemplo. Segundo a corporação, há mais policiais registrando ocorrências do que fazendo o trabalho nas ruas, investigando crimes.
No local, costuma ter fila para registro de B. O. A maior parte é por causa de acidentes de trânsito e perda de documentos.
– Estamos amarrados. Ao invés de estar nas ruas, os policiais viraram meros registradores – aponta o plantonista Raphael Espíndola.
A reclamação é a mesma de outras delegacias da região. Na 3ª DP de São José, um plantonista, com 39 anos de carreira, conta que nem sempre foi assim. – Quando eu comecei, era um plantonista na DP e o restante ajudava nas investigações – diz.
Efetivo em falta
Para o delegado-geral da Polícia Civil do Estado, Aldo Pinheiro D’Ávila, o problema é a falta de efetivo. Segundo ele, a PC tem 3.042 policiais, enquanto o ideal seriam 6 mil. Uma política de reposição deve atingir este número em quatro anos. O uso da Delegacia Eletrônica seria uma alternativa ao problema. Em julho, os boletins causaram impasse, com um novo sistema que permite a PM realizar registros. A PC critica a prática e a Secretaria de Segurança Pública do Estado nega que haja conflito de funções.
Como usar a Delegacia Eletrônica
– Clique em Delegacia Eletrônica, no menu à esquerda
– No pé da página, há a opção para registrar ocorrências
– Na nova aba, clique no tipo de B.O. que você quer fazer
– Preencha os dados pedidos e siga o que for indicado
– Imprima quando tiver finalizado
- CASO – Na DP de Canasvieiras, mais da metade dos boletins são de trânsito e documentos, deixando os de notícias-crime em segundo plano.”
Fonte: Jornal Hora de Santa Catarina
Ano 6. N° 1566 – Florianópolis, 6ª feira, 9/9/2011. p.23.