Há 20 anos, os Oficiais Militares de Santa Catarina têm o mesmo ponto de encontro: o já tradicional Asa com Linguiça, formado em média por 35 jogadores de futebol aceitos – por unamidade – pelos demais componentes do grupo. “Ter 100% de aceitação vai ao encontro da lógica da confraternização, pois a ideia é que todos convivam em harmonia”, explica o Cap Thiago Augusto Vieira, 2º Secretário da ACORS que integra o time desde 2009. “Aqui a gente abre mão do rigor do regime militar e fortalece os laços de amizade”, completa.
Atualmente, os encontros se repetem todas as terças-feiras, a partir das 20h, no campo de futebol do Centro de Ensino da Polícia Militar, no bairro Santa Mônica, em Florianópolis. O Comandante-geral da PMSC, Cel Nazareno Marcineiro, é um dos Oficiais que não abre mão do compromisso, mesmo mantendo os pés bem longe das chuteiras. Neste caso, o campo de ação cabe em um tabuleiro de dominó, com direito à mesma concentração que impera no imenso campo de grama.
“Sou um apaixonado por futebol, mas além do esporte, venho aqui pela amizade, pelo bate-papo, as histórias contadas e recontadas. Para mim, é programa obrigatório há oito anos”, conta o Maj Renato Abreu, Assessor da ACORS. “Apesar de estarmos dentro de um quartel, esses encontros aliviam a tensão e quebram a rotina, pois a prioridade entre os membros do Asa com Linguiça é a amizade e o esporte”, reforça o Maj Luiz Eduardo Ardigó da Silva, Tesoureiro da ACORS que participa do time há sete anos.
Além dos encontros tradicionais, o grupo também promove jogos especiais, com a presença dos familiares dos jogadores na última terça-feira do mês; recebe rivais temidos, como os veteranos do Avaí e os comentaristas da CBN Diário; e prepara cardápios diferenciados, com direito à paella, tainha e outras gourmandises que passam longe da linguiça e das asinhas de frango inicialmente servidas na confraternização.
Outra novidade na sede dos encontros foi a instalação de uma televisão, para que ninguém se abstivesse dos jogos para torcer por seu time favorito. Com a chance de torcer e jogar no mesmo endereço, por mais que falte técnico, treinador e juiz no quartel, o que não falta no Asa com Linguiça é jogador disputando a chance de entrar em campo e defender a camisa, honrosamente vestida e carinhosamente batizada de uniforme do Homem Aranha.