Clipagem do dia 1º de outubro

PRINCIPAIS NOTÍCIAS DO DIA 01 DE OUTUBRO

 

COLUNISTA RAFAEL MARTINI – Diário Catarinense

NOVA ONDA É A MAIS VIOLENTA

Até as 23h de ontem, foram confirmados 27 ataques desde a última sexta-feira com pelo menos uma vítima fatal, um agente prisional aposentado em Criciúma. A maior parte dos disparos contra bases da PM e incêndios em ônibus tem se concentrado na Grande Florianópolis, mas também houve atentados no Vale do Itajaí, no Sul, no Norte e no Oeste. Desde a primeira onda de ataques em 2012, esta é considerada pelos policiais como a mais violenta, não só pela intensidade dos atos, mas pela ousadia dos criminosos.

APARATO NA RUA

A Polícia Militar disponibilizou 70 viaturas no Terminal Central de Florianópolis (Ticen) para escoltar as linhas de ônibus após as 18h30min (foto acima). Ou seja, não foi por falta de segurança que o transporte coletivo parou ontem à noite na Capital.

ENQUANTO ISSO...

Vale lembrar que os autores do assassinato da agente prisional Deise Alves, em 2012, ainda não foram nem sequer a julgamento.

Papo Rápido com Nelson Schaefer Martins, Governador em exercício

Qual a sua avaliação sobre esta nova onda de atentados?
Quero primeiro tranquilizar a sociedade. Nossas forças policiais estão trabalhando ativamente neste momento junto com as unidades de inteligência e tenho certeza que vamos virar este jogo em breve.

Já conseguiram identificar as causas?
Podemos afirmar que não foi motivado por maus-tratos ou más condições de dentro dos presídios como fez supor esta carta divulgada hoje. Esta carta foi entregue por um advogado a serviço do PGC à Justiça. Estamos em contato permanente com o Deap e posso garantir que estas informações não procedem. Aliás, este material deveria ter sido encaminhado para a corregedoria do TJ.

Mas o que foi então?

A polícia está apertando o cerco ao tráfico de drogas. Só de maconha apreenderam mais de três toneladas recentemente. Também há informações de que o PCC (facção de São Paulo) estaria tentando dominar o mercado catarinense, comandado pelo PGC. Estamos combatendo ao fim e ao cabo uma guerra comercial entre duas facções criminosas.

E quais medidas já foram adotadas?
Muitas ações não podemos revelar, mas estamos em contato com o Ministério da Justiça e já acertamos que, assim que forem identificados os líderes, eles serão transferidos para presídios federais. Também já fizemos um pente-fino em várias unidades prisionais. Apreendemos vários celulares. Os cartões agora estão sendo decodificados e teremos mais informações.

O que o senhor diria para os catarinenses neste momento de medo e insegurança?
Fiquem tranquilos e confiem no trabalho das forças de segurança. Nós vamos vencer esta guerra, não tenho dúvidas.

 

COLUNISTA MOACIR PEREIRA – Diário Catarinense

OS ATENTADOS E A CRISE DO CARANDIRU

São múltiplas as explicações dadas pelas autoridades de segurança estadual sobre a origem e os objetivos dos violentos atentados que provocam um novo período de intranquilidade e um cenário caótico na população de Florianópolis e de outros municípios do Estado.
Há fontes identificando a autoria a organizações criminosas que tiveram cinco de seus integrantes liquidados na operação inteligente da Deic em assalto a banco em Tijucas. Outras de que a bandidagem, agora mais audaciosa do que antes, estaria recebendo instruções de dentro das penitenciárias, outra vez por falta de controle dos presos, usando para isso telefones celulares.
E, finalmente, análise de natureza política. Teria por objetivo atingir as candidaturas de Raimundo Colombo (PSD) e seus aliados, para criar um fato novo que alterasse as posições dos principais concorrentes nas pesquisas eleitorais.
Independente destas avaliações, importante registrar que está falhando o sistema de inteligência dos órgãos de segurança nesta nova onda de atentados. O esquema de prevenção não tem atuado como deveria.
Fica evidenciado também o poder do sindicalismo para ampliar este quadro pré-caótico. Os motoristas e cobradores colocam mais combustível paralisando o sistema de transporte coletivo exatamente na hora em que milhares de trabalhadores estão retornando para suas residências. E os empregados da Comcap, novamente liderado por um sindicalismo selvagem, cancela o recolhimento de lixo na Capital. Até parece que tem gente querendo reeditar o massacre de Carandiru, que acabou por eleger Paulo Maluf na véspera da eleição de 1992, em São Paulo.
Impõe-se por todos os motivos e com a máxima urgência o restabelecimento da ordem pública e da segurança para tranquilizar a população.

 

COLUNISTA CACAU MENEZES – Diário Catarinense

SERÁ?

A alta cúpula da Segurança não confirma publicamente, mas o Serviço Secreto do Cacau descobriu que nos bastidores uma das linhas de investigação em cima da nova onda de violência que atinge o Estado, justamente na semana das eleições, é a motivação política.

 

ASSUNTO: Atentados a ônibus

VEÍCULO: Diário Catarinense

ATOS DE TERROR VOLTAM COM FORÇA TOTAL

Em apenas seis dias, total de ações chega a 29 e atinge todas as regiões de SC, o que começa a transformar esta na mais agressiva série de violência orquestrada pelo PGC de dentro das cadeias. Três pontos podem explicar a razão pela qual a população volta a ser refém do crime organizado

As polícias e a Segurança Pública estadual não conseguem explicar definitivamente nem sufocar a nova onda de ataques que se alastra por cidades de Santa Catarina, instala medo e deixa a população sem ônibus à noite na Grande Florianópolis.
Até a 1h de hoje, já eram 29 ataques em seis dias, um assassinato de agente penitenciário aposentado, três vítimas feridas, 17 ônibus incendiados, viaturas queimadas, bases e casas de policiais alvejadas à bala, numa ação orquestrada do crime organizado em pelo menos 14 cidades.
A Secretaria de Segurança, as polícias Civil e Militar afirmam que a causa mais provável para a barbárie está diretamente ligada ao próprio resultado das forças policiais no enfrentamento do crime, com significativas apreensões de drogas e operações que acabaram com as mortes de criminosos.
Em meio ao sigilo policial montado para identificar o comando dos ataques – integrantes da facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC) –, três fontes do alto escalão do governo do Estado ouvidas pelo DC admitem que as ordens podem ter partido da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
É lá que estão há um ano e sete meses 30 líderes do PGC, enviados de Santa Catarina em fevereiro de 2013 numa operação conjunta com a Força Nacional de Segurança após duas ondas de violência, entre 2012 e 2013, que também levaram terror às ruas.
Agora, a polícia busca descobrir como, de quem e para quem teria partido a ordem dos ataques já que, em tese, os cabeças estão incomunicáveis no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).

Reivindicações dos detentos chegam à Justiça de São José

Uma carta de presos da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, a que o Diário Catarinense teve acesso, revela uma série de descontentamentos da massa carcerária. São relatados problemas gerais de funcionamento e condições da unidade, como falta de estrutura física, médica, de higiene, alimentação ruim e também queixas de que agentes denunciados no passado por tortura contra presos continuariam trabalhando normalmente no local.
Datado de 11 de agosto deste ano, escrito em computador e assinado por dezenas de detentos, o documento autodefinido como “manifesto pacífico dos reeducandos de São Pedro de Alcântara”, destaca que em outros momentos as reclamações foram expostas de maneira radical e que o complexo prisional é uma bomba-relógio. Apesar disso, os detentos não falam em atentados nas ruas.
Não há na carta nenhuma menção à facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC), que tem suas raízes dentro da penitenciária, que já foi o “quartel-general” dos principais líderes do bando.

 

Juíza diz que irá à penitenciária
A carta foi entregue por um advogado na última segunda-feira à juíza da Vara de Execuções Penais de São José, que cuida da corregedoria de São Pedro de Alcântara, Alexandra Lorenzi da Silva. A magistrada a encaminhou à Secretaria da Justiça e Cidadania.
No ofício encaminhado ao secretário da Justiça e Cidadania, Sady Beck Júnior, a juíza destaca que a carta dos presos foi entregue a ela, coincidentemente ou não, na mesma semana em que foi iniciada a nova onda de atentados. Ela afirma ainda que para a unidade receber novos presos o Estado deverá atender a todas as necessidades materiais e de pessoal. Por meio de sua assessoria, a magistrada afirmou que irá fazer uma inspeção na penitenciária no próximo dia 7 para ouvir pessoalmente os detentos.
Sady Beck Júnior considera as reclamações antigas e improcedentes e destaca que o próprio Conselho Nacional de Justiça fez avaliação positiva da penitenciária.

Ataques devem virar tema de campanha no último dia de programa na televisão

Cientistas políticos ouvidos pela reportagem avaliam que fragilidades do sistema de segurança do Estado serão usadas pelos candidatos de oposição ao atual governador, que busca a reeleição, tentando tirar votos do candidato do PSD

A nova onda de atentados tem grandes chances de ser incorporada com força ao último dia do horário eleitoral na TV pelas campanhas de oposição ao candidato à reeleição Raimundo Colombo (PSD). Analistas políticos consultados pela reportagem avaliam que problemas em áreas fundamentais da administração pública (segurança, neste caso) podem ser capitalizados pelos estrategistas eleitorais com o propósito de atacar a atual gestão ou propor o debate sobre as fragilidades do Estado.
O professor de Sociologia e Ciência Política da UFSC Carlos Sell analisa que as campanhas deste ano, tanto a nacional quanto as estaduais, estão saturadas pelo marketing negativo que procura mobilizar sentimentos de insatisfação do eleitorado contra determinados candidatos. O professor entende que a população muitas vezes percebe essas estratégias, tornando-se indiferente ou insensível às tentativas de convencimento da publicidade política, seja ela da situação ou da oposição.
– Mostra disso é que a eleição catarinense deste ano sofre com o desinteresse da população. Mas estes novos atentados não são frutos de discursos, são fatos graves, que afetam a vida das pessoas. Resta saber como os candidatos irão explorar estes fatos. Por estarmos na reta final, é um momento propício para as campanhas tentarem convencer os indecisos, que são muitos.
Sell afirma que o assunto tem grande potencial de repercussão eleitoral. Para ele, a morte de Eduardo Campos mostrou que sentimentos coletivos, quando baseados fortemente nas emoções, chamam atenção das pessoas e as estimulam a formar opiniões:
– O marketing é importante. Se conseguirem achar uma forma de mostrar que segurança é um problema público e que isso deve ser levado em consideração pelo eleitor, a propaganda pode capturá-lo.
O cientista político e professor da Univali Eduardo Guerini avalia que a segurança pública, por ser de responsabilidade do Estado, é indissociável de política e que a nova onda de criminalidade será explorada pelos opositores do atual governo.
– Estes atentados são reflexos de sérios problemas no sistema prisional. Superpopulação carcerária, falta de assistência jurídica aos sentenciados, denúncias de tortura. Além disso, secretários são nomeados a partir de critérios políticos. A oposição pode destacar estes aspectos.

Na segunda-feira, o candidato ao governo Paulo Bauer (PSDB) já usou matérias da imprensa sobre os atentados em seu programa eleitoral da TV. Para a coordenação da campanha de Colombo, “os ataques devem ser tratados como assunto de segurança pública, não em palanques”. O comitê da campanha ressaltou a ação “forte e rápida” das polícias Militar e Civil do Estado.

Em SP, estratégia de terror em ano eleitoral foi usada em 2006

A atual onda de ataques do Primeiro Grupo Catarinense (PGC) ocorre pela primeira vez às vésperas de uma eleições em SC, mas outras regiões já enfrentaram drama parecido. Por 10 dias, em maio de 2006, ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo, deixaram o país inteiro perplexo com a violência que provocou a morte de 505 civis e 59 agentes policiais, segundo levantamento feito pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Apesar do número de vítimas elevado, os candidatos preferiram a cautela ao abordar o assunto na campanha para as eleições gerais daquele ano.
Um dos principais pontos fracos para os ataques paulistas foi a fragilidade do sistema prisional brasileiro. Isso evitou uma crítica mais forte do principal partido da oposição ao PSDB, que ocupava o governo daquele Estado: o PT, que já era responsável pelo governo federal.
Os outros atendados do PGC em Santa Catarina ocorreram em novembro de 2012 e janeiro e maio do ano passado. Mesmo com as atuais ocorrências acontecendo perto da eleição, o professor Alceu de Oliveira Júnior, coordenador do curso de Direito da Univali e doutor em Ciência Jurídica, analisa que a população não deve levar para as urnas possíveis críticas à atual gestão do governador Raimundo Colombo.
– Como são ações pontuais, não devem repercutir tanto na votação, até porque houve uma ação imediata da polícia – disse o professor.

Nova crise demanda uma solução - Análise de especialistas

A ação das polícias nas cidades catarinenses nos últimos dias chamou a atenção pelo volume de efetivo focado na busca aos suspeitos de cometerem ataques no Estado, mas especialistas defendem medidas que sejam definitivas

Em dois anos, Santa Catarina se vê diante da quarta onda de atentados criminosos. Mesmo com outras três crises, o Estado foi surpreendido pelas ocorrências iniciadas nos últimos dias. Para o ex-secretário de Segurança Pública de Minas Gerais, Luiz Flávio Sapori, Santa Catarina não evoluiu na inteligência e monitoramento das facções criminosas organizadas:

– O trabalho de segurança tem que antecipar os fatos. As autoridades do Estado precisam diagnosticar a estrutura da organização. É inadmissível que não tenham aprendido a lição – criticou.

Mestre em Ciência Jurídica, Alceu de Oliveira Pinto Júnior avalia que Santa Catarina precisa investir no sistema prisional – de onde teriam partido os ataques. Ele sugere que os presos sejam separados conforme as penas, reincidência, entre outros, para evitar o crescimento das facções nas unidades do Estado.

MP e OAB veem melhora na atuação do Estado

Para o promotor Onofre Agostini, coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do Ministério Público, o Estado evoluiu consideravelmente no combate ao crime organizado:

– Nas outras vezes, o Estado começou a reagir depois de 20, 30 ataques. O Estado está muito mais preparado que nas vezes anteriores – diagnosticou.

O conselheiro estadual da OAB em Santa Catarina, Leonardo Pereima de Oliveira Pinto, destaca que o Estado evoluiu no combate ao crime organizado, mas lembra que faltam ações de coragem para construção de novas unidades prisionais.

Há exceção para garantir prisão nas eleições

De ontem até terça, a legislação veta prisões de eleitores que não sejam em flagrante ou envolvam pessoas com sentença condenatória por crimes inafiançáveis e por desrespeito a salvo- conduto. No caso de suspeitos detidos por envolvimento nos atentados, porém, há exceções.

Segundo o mestre em Ciência Juírica, Alceu de Oliveira Pinto Júnior, a legislação eleitoral não permite prisões por cumprimento de mandados. Entretanto, se a polícia obtiver informações de suspeitos através de investigação e não conseguir prendê-los em flagrante, a Justiça pode enquadrar os casos no contexto dos ataques e conceder a prisão diante da comprovação de interligação dos casos. Segundo o promotor Onofre Agostini, as prisões também podem ocorrer se for comprovado que os ataques ameaçam o processo eleitoral que está por vir.

Base da PM no Campeche, em Florianópolis, foi alvo de disparos ontem, quando policiais saíam da unidade para hastear bandeiras

 

“A PM jamais vai recuar” - Valdemir Cabral, Comandante da PM-SC

Policiais fardados e à paisana dentro de coletivos urbanos, além de reforço no efetivo nas ruas estão entre as principais medidas da Polícia Militar para dar pronta resposta aos ataques. Leia abaixo a entrevista com o comandante-geral da PM no Estado:

Diário Catarinense – Quais as ações que a PM adotou?

Cabral – Foi ativado permanentemente o grupo de monitoramento de facções para fazer o acompanhamento diário. Aumentamos o efetivo nas ruas e nas áreas conflitantes. Estamos escoltando ônibus com veículos e, em alguns, colocando policiais fardados e à paisana no interior.

DC – Os alvos principais têm sido os policiais. Quais orientações diante disso?

Cabral – Para que a tropa redobre os cuidados. Estamos tomando todas as medidas preventivas neste momento. Através disso, estamos aumentando a ostensividade para pegarmos suspeitos e qualquer material que possa ser usado nos atentados.

DC – Na ação no Itacorubi, chamou a atenção o número de policiais envolvidos naqueles ocorrência. A orientação é para que a PM esteja em massa nas ruas?

Cabral – Quando se dá uma ocorrência onde elementos tentaram atirar contra policiais, atiram em uma base, fogem e atropelam três mulheres, obviamente isso faz com que os policiais fiquem com mais vontade de caputrá-los, tanto que não saímos da área até prender o último elemento. E assim vai sempre acotnecer. A Polícia Militar jamais vai recuar.

INSTABILIDADE NO TRANSPORTE

Ontem, a maioria dos ônibus de Florianópolis deixou de circular às 18h30min. Hoje os coletivos urbanos começam a transitar às 6h15min. Uma reunião está marcada para às 14h

Marilene Madeiros, 45 anos, esperou 40 minutos em uma fila que dava voltas na plataforma B para poder entrar em um ônibus lotado da linha Canasvieiras Direto, no Terminal de Integração do Centro (Ticen), ontem à tarde.
– A gente que paga impostos e também “paga o pato” sempre – desabafou a cabeleireira, que saiu do trabalho às 17h, três horas antes do que o normal, para conseguir pegar um ônibus.
Chateação. Este foi o sentimento da população que precisou de ônibus e saiu do trabalho ou da faculdade sem saber se teria transporte coletivo para voltar para a casa.
O ônibus incendiado na Tapera nas primeiras horas da manhã de ontem desarranjou o curso do dia em Florianópolis. O 13º veículo do coletivo em chamas desde o início da nova onda de atentados foi suficiente para que o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano da Grande Florianópolis (Sintraturb) postasse nota em rede social informando que o serviço estaria suspenso às 18h30min.

APÓS A REUNIÃO JÁ HAVIA ENGARRAFAMENTO
A prefeitura fez força para que o transporte fosse mantido das 19h às 23h com escolta policial. Representantes de empresas, prefeitura e sindicatos se reuniram à tarde. Às 17h30min saiu a decisão de que após às 18h30min circulariam as linhas com maior demanda, com escolta policial. Do local da reunião, no 10o andar do prédio da Conselheiro Mafra, era possível ver o trânsito parado nas avenidas Paulo Fontes, Gustavo Richard e Ponte Colombo Salles, enquanto um tumulto crescia no Ticen, com usuários querendo voltar para casa. Tiago Castro, 24 anos, sofreu um drama semelhante ao de Marilene Madeiros. Ele foi liberado do emprego uma hora e meia antes do final do expediente. O peculiar do dia foi a instabilidade dos horários. Garantiu que aglomeração acontece diariamente.

Teve até correria no terminal

Depois de uma hora de confusão, com correria nas catracas e empurra-empurra no embarque dos veículos, as plataformas foram esvaziando até que poucos remanescentes foram conduzidos em veículos extras, que partiam de hora em hora, com escolta da PM. Um grupo de três vendedores de uma loja de calçados, que foi liberado às 19h30min, ainda tentou um ônibus para o continente, mas tiveram que dar meia volta e recorrer ao dinheiro oferecido pelo patrão para um taxi.
– Estamos com pressa de chegar em casa – disseram, saindo correndo do terminal vazio.
Para hoje, segundo Sintraturb e a prefeitura de Florianópolis, os ônibus partem da garagem às 6h15min. Uma nova reunião está marcada para às 14h, na Secretaria de Mobilidade, para definir o plano emergencial para o serviço durante a noite.

Guarda pede calma a motoristas

Agentes de trânsito do município estão auxiliando a Polícia Militar nas escoltas aos ônibus da Capital. Por causa do movimento mais intenso e atípico, órgão pede paciência aos motoristas

A Guarda Municipal de Florianópolis mantém os agentes de prontidão desde o fim de semana, quando aconteceram os primeiros atentados. Comandante da corporação, Valci Brasil afirma que todas as atividades normais da Guarda Municipal após as 18h de ontem foram interrompidas para privilegiar a escolta de ônibus, que tem sido feita junto com a PM.
Segundo o comandante, o fluxo de carros da cidade está mais complicado que o normal, mas a prioridade no momento é a segurança dos motoristas, cobradores e passageiros do transporte coletivo.
– Ontem, o trânsito ficou difícil na cidade inteira, principalmente no fim da tarde, mas é preciso ter paciência, pois trata-se de uma situação atípica. Mesmo que os ônibus não circulem, a segurança continua em primeiro lugar – afirma o comandante.
A Guarda Municipal está participando das reuniões diárias que envolvem Polícia Militar, poder público, empresas do transporte e sindicato de cobradores e motoristas. Caso seja necessário, Brasil explica que a corporação deve se manter à disposição.

Ataques mudam a rotina nas universidades

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e a Universidade do Estado de SC (Udesc) podem modificar novamente as atividades hoje em toda a região da Grande Florianópolis. Ontem, em nota, a UFSC pediu aos professores que suspendessem atividades marcadas para o período da noite, como provas e apresentações de trabalhos. Já a Udesc e o IFSC suspenderam todas as aulas noturnas.
No IFSC, quatro campi foram afetados – Florianópolis, Florianópolis-Continente, São José e Palhoça Bilíngue – e encerram as aulas entre 16h30min e 17h30min. Na Udesc, as atividades foram interrompidas às 18h30min.
Segundo as assessorias das instituições, as mudanças valeram apenas para ontem, em decorrência da interrupção do transporte coletivo. Hoje, estudantes e funcionários devem acompanhar notícias nos sites das instituições para saberem se haverá novas mudanças.

Polícia lança alerta para mensagens que são falsas

Torpedos que circulam no WhatsApp tem o intuito de criar uma situação de pânico, segundo a tenente-coronel Claudete Lehmkuhl

Mensagens que circularam pela rede do WhatsApp, onde estão sendo anunciados pelo menos 11 ataques a ônibus e bases da Polícia Militar ontem, fazem parte de uma técnica de guerrilha. O alerta é da tenente-coronel Claudete Lehmkuhl, chefe de Comunicação da Polícia Militar de SC.
Outra mensagem faz menção à polícia e recomenda que as pessoas evitem ficar nas ruas depois das 22h.
Em virtude da situação de pânico, a PM deve emitir nota oficial esclarecendo que as mensagens fazem parte de um conjunto de estratégias para desestabilizar a cidade.
– Não existem ameaças contra o cidadão. Os ataques são contra o transporte coletivo, residências de policiais e órgãos públicos ligados a segurança – reforça Claudete.
A tenente-coronel explica que o clima de insegurança acaba sendo favorável aos criminosos. A PM recomenda que mantenham as medidas de segurança normais como por exemplo evitar locais isolados e estacionar em lugares perigosos.
Além das mensagens alarmistas, também circularam pela internet informações falsas de atentados e fotos de outras ocorrências policiais como sendo fatos atuais.
Os atentados começaram sexta-feira à noite e domingo foram relacionados pela polícia a facções criminosas.

Vítimas de atropelamento permanecem internadas

As duas mulheres que foram atropeladas por bandidos durante a perseguição no bairro Itacorubi segunda-feira à tarde seguem internadas no Hospital Celso Ramos em Florianópolis. A assessoria de comunicação da Secretária de Saúde informou que Gislaine Daiane Martins foi operada e está estável no pós-operatório. A situação de Araci Ecker é mais delicada, já que sofreu politraumatismos craniano e está entubada. O Fiesta preto em que dois jovens fugiam após terem atirado contra a base da PM no Parque São Jorge vinha na direção Lagoa-Centro, na Rodovia Admar Gonzaga, quando o condutor perdeu o controle do carro, que atravessou a pista e atingiu as vítimas que estavam no ponto.

AGENTE MORTO ERA PAI, AVÔ E LEVOU TRÊS TIROS

Aposentado há cerca de dois anos, assassinado em ação terrorista tinha 60 anos e levava uma vida tranquila em Criciúma. Foi morto enquanto fechava o portão de casa

Torcedor fanático do Internacional, Luiz Carlos Dal’Agnol era natural de Curitibanos, no meio-oeste. Ele era casado, tinha quatro filhos e uma neta. Trabalhou 37 anos no sistema prisional. Em Criciúma, atuou no presídio Santa Augusta. Dal’Agnol foi morto com três tiros por volta das 22h de segunda-feira, sendo um na cabeça e dois nas costas, conforme informações da polícia.
Ele tinha ido fechar o portão de sua casa quando foi atingido. Segundo o delegado Vitor Bianco Júnior, da Divisão de Investigações Criminais (DIC), a filha do agente estava dentro de casa e escutou os disparos. Ao sair, ela encontrou o pai morto.
O policial civil Glauter Soares, que trabalhou por dois anos com Luiz no Presídio Santa Augusta, conta que aprendeu muito com sua experiência, confiança e comprometimento em prol da segurança pública.
– Ele sempre foi amigo de todos os colegas, sejam eles agentes, Policiais Militares ou Civis, se pondo incondicionalmente à disposição de todos quando necessário – lamenta.
Triste e revoltada com o ocorrido, uma de suas filhas publicou uma mensagem em sua página no Facebook: “Família e amigos, com uma tristeza imensa, ainda nem acreditando e muito revoltada com a falta de segurança nesse país, comunico o falecimento de meu pai Luiz Dal’ Agnol. Uma covardia o ataque que fizeram a ele... A família perde um esposo, um pai e um avô. Que Deus o receba e o acalente porque ele foi arrancado de nós sem tempo algum pra se despedir. Revolta, muita revolta”
O clima de tristeza, medo e revolta marcou as homenagens ao agente prisional aposentado Luiz Carlos Dal’Agnol ontem, na Capela Mortuária do Rio Maina, em Criciúma. O diretor do Departamento de Administração Prisional, Leandro Antônio Soares Lima, veio a Criciúma para se despedir do colega. O delegado regional Jorge Koch, agentes prisionais e policiais do município também prestaram apoio aos familiares no velório, que foi escoltado por 10 policiais armados. O enterro será hoje.
Diante da morte do agente prisional, a polícia decidiu fazer escolta com horário alternados dos ônibus durante todo o dia, patrulhamento de itinerários de risco e operações em locais considerados perigosos. Além disso, haverá rondas nas residências de policiais civis e militares e agentes prisionais para evitar novos atentados.

Um disparo de raspão e outro no quarto do filho

O sargento, a mulher e o filho que tiveram a casa atingida por tiros segunda-feira se mudaram de Chapecó. Ele, que prefere não ter o nome divulgado, estava sentado no sofá da sala, de folga, quando dois homens passaram com uma moto e fizeram os disparos. Um dos tiros chegou a atingir o policial de raspão.
Os outros dois disparos atingiram o banheiro e o quarto do filho do policial, que estava dormindo. O sargento acredita que a ação tenha partido de algum comando de dentro da Penitenciária de Chapecó. Há menos de um mês a casa do policial já tinha sido alvejada:

FAMÍLIA ESTÁ RECEBENDO PROTEÇÃO
– Acredito que é por minha casa ser mais aberta e eu ser conhecido.
O comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar de Chapecó, tenente-coronel Júlio César Pozo da Fonseca, disse que a família do policial está sendo protegida e que o ambiente em que vive está sendo monitorado. Ele afirmou que o sargento vítima do ataque é um profissional competente e que por sua ações deve ter gerado desafetos.
– Eles devem ter se aproveitado do momento para dar uma demonstração de força – avaliou Fonseca.
Ontem à noite o tenente-coronel informou que a investigação sobre a autoria ainda está em andamento.

Residência de sargento da PM é atingida por cinco disparos

Dois homens passaram de moto pela casa em Gaspar, no Vale do Itajaí, e deram os tiros.O policial militar, que não estava em casa, realiza trabalhos internos na corporação há 14 anos

Por volta das 20h30min desta segunda-feira a esposa do sargento da Polícia Militar de Gaspar, Vale do Itajaí, caminhava pelo bairro Santa Terezinha quando ouviu um barulho com o da explosão de fogos de artifício. Ao chegar em casa, a mulher, que prefere não se identificar, se deparou com o blindex destruído.
A residência tinha sido atingida por cinco disparos. Dois deles atingiram o muro e, os outros três, a cerca e a parede da frente da casa. O marido e policial não estava no local no momento da ação dos criminosos. O sargento que teve a casa alvejada realiza trabalhos internos na corporação há 14 anos.
A esposa do sargento militar revela que a família nunca tinha passado nada parecido. Segundo relatos de moradores, os disparos são de autoria de dois homens que estavam em uma moto Honda CG 125 de cor prata.

ÔNIBUS COM ESCOLTA NO LITORAL NORTE
A PM decidiu escoltar os ônibus de transporte coletivo no Litoral Norte. Também foi pedido que as empresas reforcem a vigilância e os cuidados. O comandante da 3ª Região, coronel Atair Derner Filho, explica que as escoltas serão feitas principalmente durante a madrugada. Linhas que seguem para localidades mais afastadas também devem receber escolta de dia.

Homem é morto em confronto com a polícia

À meia-noite de hoje, um homem foi morto em confronto com a Polícia Militar, no Distrito de Pirabeiraba, em Joinville. O enfrentamento aconteceu porque dois homens em atitudes suspeitas abandonaram uma garrafa com gasolina e fugiram em uma motocicleta após serem abordados pela PM.
O dono da casa onde a moto estava parada teria reagido e trocado tiros com a polícia. No confronto, Agostinho da Silva foi morto. Segundo a PM, ele teria ligações com a facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC).

CAPTURADOS SUSPEITOS DE ATEAR FOGO A VIATURA
Três suspeitos de terem ateado fogo a uma viatura da PM em Itapema ontem à tarde foram presos por volta das 19h. A apreensão dos três adolescentes ocorreu depois de mais de duas horas de cerco a um matagal às margens da SC-412. Vinte e cinco policiais participaram da ação. Os suspeitos se embrenharam no mato após terem batido o Golf preto em que tentavam fugir em um canteiro. O veículo foi abandonado pelos homens, que seguiram a pé. 

 

ASSUNTO: Operação Trato Feito

VEÍCULO: Diário Catarinense

Presos em operação são soltos pela Justiça

Promotoria entendeu que passado o período de coleta de provas, prisões não se sustentavam

Os oito presos da Operação Trato Feito que seguiam detidos na Canhanduba foram liberados ontem pela Justiça. O pedido de soltura foi feito pelo próprio Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
A revogação das prisões preventivas foi solicitada pelo promotor Jean Michel Forest, coordenador do Gaeco Itajaí e responsável pelas investigações que resultaram na operação.
O promotor considerou que, passado o período de coleta de provas, as condições que sustentavam as prisões dos envolvidos não existiam mais.
O ex-vereador Elizeu Pereira assumiu a Secretaria de Obras no lugar de Elton Garcia, um dos presos na operação.
Ontem, o advogado do ex-secretário avaliou com o cliente qual posicionamento será tomado em relação à vaga a que Elton tem direito na Câmara.
Solto, ele deve voltar a ocupar a cadeira ainda na sessão de hoje à noite. A não ser que Garcia abra mão do posto.
Os demais detidos (entre eles o ex-diretor de Compras, Rio Dobner, e o ex-presidente da Compur, Niênio Gontijo), não voltarão à prefeitura ao deixarem a prisão.
Segundo informou a procuradoria jurídica do município, foram todos “exonerados a pedido” para cuidar de suas defesas.

 

Investigação de fraudes em licitações
A operação Trato Feito resultou de investigações realizadas pelo Gaeco sobre supostas fraudes em licitações da prefeitura de Balneário Camboriú.
Ao todo 14 pessoas foram presas, entre empresários e funcionários públicos – inclusive quatro servidores do alto escalão da prefeitura – João Batista Leal (ex-secretário de Administração), Elton Garcia (ex-secretário de Obras), Niênio Gontijo (ex-diretor da Compur) e Rui Dobner (ex-diretor de Compras). Apenas Leal já havia sido solto.

 

 

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