Clipagem de 17 a 19 de maio

PRINCIPAIS NOTÍCIAS DE 17 DE MAIO

 

COLUNISTA RAFAEL MARTINI – Diário Catarinense

Perigo

Radar da Polícia Rodoviária Federal flagrou na manhã de ontem, na movimentada BR-470, em Gaspar, no Vale do Itajaí, veículo importado a 170 km/h. O condutor ainda tentou reduzir a velocidade ao ver o equipamento. No trecho a máxima permitida é de 80 km/h.

Prestigiado

Mesmo indiciado pela Deic na Operação Avalanche, que investigou o jogo do bicho, Renato Poeta, ex-delegado regional de Tubarão, segue prestigiado. Foi nomeado para atuar em Capivari de Baixo e recentemente participou de reunião do Conselho Superior da Polícia Civil.

Realidade

Imagine o trabalhador que compra uma televisão em 12 vezes, que a cada mês quita em dia o carnê do pagamento, chega em casa e ladrões simplesmente levaram tudo de valor que encontraram pela frente. Ao mesmo tempo, ele sabe que dificilmente terá o bem recuperado e ouve do policial que força-tarefa existe apenas para investigar ladrões de caixas eletrônicos.

Polícia é na rua

Homem assaltou ontem o Angeloni da Esteves Júnior, em Florianópolis, fugiu a pé e foi preso a duas quadras. Tenente-coronel Araújo Gomes diz que os autores da prisão foram dois policiais, um sargento da área administrativa e um soldado da banda. A dupla recentemente foi disponibilizada para reforçar o policiamento do Centro em medida do novo comandante da PM, coronel Valdemir Cabral.

Respingou

Sobre a nota de ontem deste Visor do assassinato de um idoso no Morro do Horácio, em Florianópolis, a Diretoria de Polícia da Grande Florianópolis diz que o crime está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios sob a coordenação do delegado Ênio Matos. A diretoria afirma que todas as diligências estão sendo feitas e nenhuma foi adiada por ninguém da Polícia Civil.

 

COLUNISTA CACAU MENEZES – Diário Catarinense

Homens agredidos

A violência doméstica contra homens é mais comum do que se imagina. Nos Estados Unidos, 39% das agressões são de mulheres contra homens, número que se aproxima do registrado no Brasil, segundo Cesar Vasconcellos de Souza, psiquiatra carioca. No caso da agressão contra o “sexo forte”, há um agravante: o homem não admite ter sido agredido por uma mulher. Esse é um dos motivos para não existirem delegacias do homem ou uma lei específica para o problema, como é o caso da Lei Maria da Penha, que protege o “sexo fraco”.

 

COLUNISTA MOACIR PEREIRA – Diário Catarinense

Vandalismo

A Secretaria de Segurança Pública precisa investir e aprimorar com urgência o serviço de informações para prevenir atos de vandalismo como os que aconteceram na madrugada de sexta-feira. Para prevenir, prender e punir exemplarmente estes criminosos covardes que atacam inocentes e criam um clima de insegurança na população.

 

ASSUNTO: Ladrão de bancos

VEÍCULO: Diário Catarinense

PROCURA ENCERRADA: Ladrão de bancos é localizado

Um cachorro lhasa apso marrom e diversas sacolas de roupas estavam no carro de um dos principais assaltantes de banco e carro-forte do Rio Grande do Sul, no momento de sua prisão, em Florianópolis, ontem. Luciano Bischof Comper, 36 anos, o Peru, é especialista numa nova técnica de roubo com explosivos e suspeito de atuar em quadrilhas de Santa Catarina e Paraná. Com 14 anos de ficha criminal, estava há dois meses foragido.
Calhas de ferro e cintas para amarrar cargas em caminhões eram as principais ferramentas usadas por Luciano Comper para abrir cofres com dinamite. A técnica herdada dos assaltos a carro-forte foi adaptada para a nova modalidade de assalto a banco que vem substituindo os ataques a caixa eletrônico: a explosão dos cofres dentro das agências.
– Os caixas eletrônicos já não têm tecnologia para suportar explosões. É inevitável que ocorra essse tipo de crime, afinal existem terminais em todo o lugar. É sinônimo de progresso, inclusive. Com isso, os bancos diminuiram o montante de dinheiro nos caixas e passaram a guardar o volume maior nos cofres. Os criminosos, oportunistas, acabaram desenvolvendo novas técnicas como essa – observou o titular da Delegacia de Roubos e Extorsões do Departamento de Investigações Criminais (Deic) do RS, delegado Joel Wagner.
O suspeito foi detido após ação conjunta das Polícias Civil de SC e do RS. Ele foi preso preventivamente, após ser capturado no bairro Ratones, em Florianópolis. Com a informação de que o foragido estava vivendo em Jurerê Tradicional, no norte da Ilha de Santa Catarina, as polícias começaram a traçar o plano que culminou na prisão de ontem.

 

ASSUNTO: Ataque a ônibus

VEÍCULO: Diário Catarinense

VANDALISMO EM MASSA: Polícia investiga ataques a ônibus

Ações que mobilizaram quatro delegacias da Polícia Civil da Grande Florianópolis e PM podem ter ligação com paralisações

Eram 4h45min de ontem. O sol ainda nem tinha aparecido quando uma bolinha de gude atravessou a janela lateral esquerda do ônibus 1196, da Estrela, enquanto ele passava por baixo do viaduto que liga os bairros Capoeiras e Monte Cristo. Foi o primeiro de 25 veículos atingidos da mesma forma em vários pontos da Grande Florianópolis até as 6h30min. A única pista até o momento é a placa de um carro de onde pode ter surgido um dos ataques. A polícia investiga o caso e não descarta relação com as últimas paralisações do transporte coletivo.
O motorista do primeiro ônibus atingido era Djonath Resende, que trabalhava junto do cobrador Ricardo Alexandre de Souza. O trajeto era da garagem da empresa, em Capoeiras, até o bairro Potecas. Não havia nenhum passageiro quando o objeto atingiu o vidro:
– Olhei pelos espelhos para ver se não tinha batido em nada, e andei mais um pouco quando o vidro quebrou. Como estava escuro não conseguimos ver de onde veio o objeto que atingiu o ônibus – conta Resende.
A passarela que liga o Capoeiras ao Monte Cristo foi o principal local relatado pelos motoristas dos veículos atingidos. Ao todo, cinco foram alvos na área. Outros oito também tiveram os vidros quebrados quando passavam perto de passarelas e viadutos. Outra forma de ataque partiu de dentro de um carro, que ultrapassava o ônibus, e de onde eram atiradas pedra ou bolinha de gude. O proprietário do único veículo que teve a placa captada no momento de um dos apedrejamentos já foi localizado.
O caso mobilizou quatro delegacias e a investigação está sendo chefiada pelo delegado Verdi Forlamento. A PM cedeu agentes de inteligência para ajudar na coleta de informações.
– Pode ter a ver com as últimas paralisações do transporte, mas ainda estamos investigando. Vândalos podem ser pessoas insatisfeitas, que podem ir desde o servidor público ao privado – explica Forlamento.

 

PRINCIPAIS NOTÍCIAS DE 18 DE MAIO

 

COLUNISTA RAFAEL MARTINI – Diário Catarinense

Direitos

Naiara Vicentini e Nadja Cláudia Lopes Vianna (foto) são as primeiras policiais rodoviárias federais femininas a protocolarem o pedido de aposentadoria com base na Lei Complementar 144.
O benefício será concedido à policial com mais de 25 anos de trabalho, sendo pelo menos 15 de atuação na polícia. Antes, era o mesmo para homens e mulheres da categoria: 30 anos, com pelo menos 20 anos no serviço estritamente policial.

 

COLUNISTA MOACIR PEREIRA – Diário Catarinense

Clima de insegurança cresce em SC

O deputado estadual Carlos Chiodini (PMDB) aguarda a volta do secretário de Segurança, Cesar Grubba, para pedir uma audiência especial às lideranças de Jaraguá do Sul. Ele integra uma comissão constituída para tratar de medidas urgentes de combate à criminalidade. Dela fazem parte o prefeito Dieter Janssen (PP) e o empresário Wander Weege. Vem aumentando assustadoramente o número de assaltos no município. A última vítima foi o ex-deputado Ademar Duwe, que teve a casa invadida.
Em São José a situação é pior. Uma pesquisa feita pela Associação Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis (Aemflo) revelou que 33% dos empresários consideram “péssima” a segurança pública. Somando as respostas “péssima” e “ruim”, chega-se a 62% de totalmente insatisfeitos.
Em Florianópolis, existem duas realidades: a das estatísticas, que indicam queda de homicídios; e a da realidade, que aponta crescimento dos assaltos a residências e atos de violência, apesar do excepcional trabalho de combate à criminalidade da PM, sob o comando do coronel Araújo Gomes. A verdade é que faltam efetivos na PM e na Polícia Civil. O Norte da Ilha, por exemplo, tem apenas uma delegacia para atender 150 mil pessoas.
Uma comitiva de Navegantes esteve esta semana na Secretaria de Segurança, pedindo mais policiamento. Em Balneário Camboriú e região o cenário de violência é semelhante. Segundo o deputado estadual Mauricio Eskudlard (PSD), nos últimos 12 meses foram registrados mais de mil assaltos.
Chapecó sofria com a total insegurança. O governo montou um mutirão policial e a situação melhorou. Mas em Blumenau também é crítica a sensação de insegurança.

 

COLUNISTA HÉLIO COSTA – Notícias do Dia

Polícia na rua

O novo comandante-geral da Polícia Militar, Valdemir Cabral, mexeu no comando do 7º BPM que cobre a área do Continente. Substituiu o tenente-coronel Vinícius pelo tenente-coronel Guesser. Vinícius assumirá a Diretoria de Apoio Logístico e Finanças da corporação.

Em outras regiões, Cabral também deverá substituir comandantes de batalhões para empregar um policiamento mais dinâmico. Cabral é um PM operacional. Foi ele quem criou e comandou o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) de Santa Catarina. O discurso de Cabral é polícia na rua. Isto ele já demonstrou desde que assumiu a corporação, há duas semanas. Conheço o coronel desde a época em que era aspirante. Na entrevista que fiz com ele no Cidade Alerta, que apresento de segunda a sexta, a partir das 18h40, na RI CTV, ele disse que não quer ver ninguém dormindo em viatura: “O PM tem que estar presente nas ruas”. Outra novidade é o aproveitamento do pessoal burocrático em rondas de rotina na cidade. Vamos torcer, porque o sucesso do coronel é a nossa segurança.

Segurança

Santa Catarina será referência internacional de segurança pública, entre os dias 9 e 11 de setembro, quando acontece a 14ª edição do IA CP – Interseg, que reúne temas relacionados à segurança e estratégias policiais do mundo todo. O evento será realizado no CentroSul, em Florianópolis. As reuniões serão setorizadas e visam à discussão de aspectos de segurança entre determinadas instituições. Haverá também exposições abertas sobre o enfrentamento da criminalidade.

 

COLUNISTA PAULO ALCEU – Notícias do Dia

Grave

E m 12 dias foram registrados dez casos de assaltos a ônibus de turismo no Estado. Na última quinta-feira foi em Imbituba. O presidente da Associação das Empresas de Transporte Turístico e Fretamento de Santa Catarina Nilton Pacheco lembrou que as vítimas são grupos de idosos e colegiais. Para se ter uma ideia da gravidade, dois tiros foram disparados num veículo com colegiais em Jaraguá do Sul. E não fica só em ônibus de turismo. Esta semana um deles foi atacado por três marginais, que embarcaram em Florianópolis e fizeram o assalto na BR -101, perto de Tubarão, rendendo motoristas e passageiros com agressividade e ameaças.

Chegaram ao cúmulo de colocar o cano do revólver na boca de um menino com Síndrome de Down, que estava assustado. Está na hora de ações mais efetivas, começando pelas empresas de transporte, exigindo documentos na venda de passagens e registrando quem embarca. Neste caso que relatei, os criminosos planejaram toda a operação, embarcando como passageiros e executando o assalto no trajeto, onde comparsas aguardavam. O pior é que a polícia desestimulou as vítimas, revelando impaciência e descaso. Ou seja, de um lado os criminosos agindo com tranquilidade e do outro a falta de segurança. Complicado…

 

ASSUNTO: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

VEÍCULO: Diário Catarinense

Problema sem dimensão

Falta de estatísticas e de entrosamento entre dados de diferentes órgãos de proteção à mulher fazem com que Santa Catarina não tenha um mapeamento da situação no Estado

Talvez elas não apareçam nas estatísticas, mas percorrem o mesmo caminho de agressões físicas e psicológicas das mulheres mapeadas pelos órgãos públicos, vítimas da violência doméstica. Suas queixas não estão nos Boletins de Ocorrência e nem no Disque 180, do governo federal. Mesmo para as que procuram ajuda, o cenário é caótico. A falta de integração entre os dados deixa o Estado em um limbo que dificulta o diagnóstico do problema.
Santa Catarina ocupa a 25a posição no ranking nacional do Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher. Em 2013, foram 8.254 atendimentos. O serviço presta somente orientações a mulheres que precisam de ajuda. A ideia é que ainda neste ano passe a ser integrado às delegacias especializadas, para que possam ser feitas denúncias. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado, foram instaurados 11.687 inquéritos de violência doméstica em Santa Catarina em 2013.
A busca por informações sobre o tema no Estado mostra que não há um mapeamento da situação. A dificuldade na obtenção de estatísticas e as diferenças entre os números fornecidos mostram as falhas do setor. Conforme a SSP, por exemplo, as delegacias especializadas de Florianópolis e de São José tiveram em, 2013, 624 e 584 inquéritos instaurados a respeito do tema, respectivamente. Porém, os delegados destas unidades afirmam que somente em Florianópolis teriam sido 1.050 inquéritos e em São José, 606. Quando questionados sobre a razão das diferenças os órgãos não souberam responder. No cenário nacional a situação não se mostrou diferente. A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) não tem números específicos em relação ao problema nos Estados brasileiros.
Os poucos dados existentes dificultam políticas públicas
As informações da SSP mostram que a violência contra a mulher em SC ainda cresce. Em 2010, o número de boletins de ocorrência por ameaça em âmbito doméstico foi de 18.200, passando para 20.487 em 2012. Apenas 44% dos mais de 2 mil boletins por estupro resultaram em inquérito policial instaurado, em 2012. Na 7a edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, SC apareceu como o terceiro Estado com o maior número de estupros. São 40 casos para cada 100 mil habitantes.
A dificuldade em obter dados e construir estatísticas fez com que a deputada estadual Ana Paula Lima, apresentasse em plenário o projeto que criaria o Observatório da Imprensa Contra a Mulher – uma ferramenta para facilitar o trabalho de compilação de dados e que ajudaria a formular políticas públicas contra essa prática. Atualmente, o projeto 0122.0/2013 tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Assembleia Legislativa.
A deputada observa que as delegacias não são especializadas, atendendo também a violência contra crianças, adolescentes em conflito com a lei e as mulheres. Não há dados precisos sobre o número de delegacias, casas de abrigos e centros de referência de atendimento a mulher em situação de violência, nem um órgão que centralize as informações. E os boletins de ocorrência não são padronizados.

“Eles são sedutores, gentis e manipuladores”

O Diário Catarinense esteve em uma abrigo de proteção a mulheres vítimas de violência localizado na Grande Florianópolis. O depoimento de duas vítimas, que não podem ser identificadas por medidas de segurança, denota o sofrimento das mulheres que enfrentam o problema.
Logo no início da conversa uma delas não consegue conter o choro. Conta sua história de horror rapidamente, para que o pesadelo termine logo. Ela já esteve no mesmo abrigo, no ano passado. Se curou das feridas deixadas pelo companheiro, mas voltou para ele. No começo deste ano, após mais uma forte agressão, saiu de casa definitivamente. Ela se apaixonou logo que o conheceu. Bonito, educado, gentil, parecia o homem perfeito. O namoro logo engatou. Oito meses depois, descobriu que ele bebia e usava drogas. Levou a primeira surra.
– Ele me bateu e me trancou no quarto. Fiquei lá por dias até saírem os hematomas. Ele só abria a porta do quarto para jogar a comida – conta a vítima.
Ela queria fugir, mas temia pelos filhos – do casamento anterior. Queria trabalhar, mas ele a batia e a acusava de ter um amante. Assim suportou a relação por seis anos, tempo em que tiveram um filho.
Chute foi o estopim para procurar ajuda
Em uma sexta-feira, ele estava drogado, desferiu chutes e pontapés nela e partiu para cima das crianças. A mulher tentou impedir e foi atingida por um chute no braço. Depois, ele a trancou no quarto. Quem a libertou para que fugissse foi o filho de 10 anos. Antes, olhou para o filho de um ano que dormia no berço.Machucada, procurou um posto de saúde, mas não queria contar para o médico o ocorrido. Os hematomas, além de um braço e uma costela quebrados, porém, denunciaram o problema. O profissional acionou a polícia e o Conselho Tutelar. As crianças foram retiradas de casa e estão em um abrigo até que a mãe, levada a uma casa de proteção, consiga reencaminhar a vida.
– Ele me ameaçava, me trancava, guardava uma arma dentro de casa. Ele é totalmente transtornado. Esfaqueou o vizinho que ligou pra polícia enquanto eu apanhava. Não fugia porque achava que não iria conseguir. Mas hoje vejo que consigo – diz.
No mesmo abrigo estão outras duas mulheres. Mãe e filha, ambas grávidas, passam pelo mesmo sofrimento. Após um relacionamento conturbado de três anos, a matriarca sabe que só a morte do seu algoz vai poder libertá-la.
– Espero não encontrá-lo nunca mais ou que ele morra. Ele não quer tratamento. Se morresse seria um grande alívio – fala sem pensar.
O forte rancor da mulher reflete as várias agressões que sofreu. Grávida de cinco meses, apanhava do companheiro, viciado em crack.
Quando o conheceu, ele se destacava na igreja que frequentavam. Dava palestras e fazia trabalho voluntário. Gentil e bondoso, se apresentava como ex-drogado. Depois de um relacionamento curto, mostrou a verdadeira face.

Onde buscar ajuda

ABRIGO EM SÃO JOSÉ

– Mantido por uma família adventista, o local atende mulheres que sofreram violência doméstica. São oferecidas 20 vagas, sendo 10 por um convênio com a Prefeitura de São José. O local oferece apoio para as vítimas e seus filhos. As mulheres têm atendimento psicológico, ginecológico, social e demais especialidades. O local acolhe e encaminha para o mercado profissional e dá apoio no que a vítima precisa. Para solicitar uma vaga é preciso ser encaminhado pela Delegacia Especializada de São José. Mais informações pelo telefone: (48) 3278- 1978.

DISQUE 180

– Central de Atendimento à Mulher – funciona 24 horas por dia, de segunda a domingo, inclusive feriados. A ligação é gratuita.

CENTROS DE REFERÊNCIA DE ATENDIMENTO À MULHER (CRAMS)

– Espaços de acolhimento e acompanhamento psicológico e social a mulheres em situação de violência, que também fornece orientação jurídica e encaminhamento para serviços médicos ou casas abrigo. Telefones: (48) 3224-6605 (Florianópolis) ou (49) 3644-2273 (Dionísio Cerqueira).

CENTROS DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)

– Unidades públicas que desenvolvem trabalho social com as famílias.

JUIZADOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

– Órgãos da Justiça ordinária com competência cível e criminal, responsáveis por processar, julgar e executar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

 

ASSUNTO: PGC

VEÍCULO: Diário Catarinense

PGC: empresa da criminalidade

Dividida em 533 páginas, a maior e mais significativa sentença de Santa Catarina revela os meandros da organização criminosa que aterrorizou a população em novembro de 2012 e fevereiro de 2013. O Primeiro Grupo Catarinense (PGC), reconhecido internamente por policiais, mas não assumido pelo governo do Estado até as duas ondas de ataques a ônibus e prédios públicos, é oficialmente decretado no documento publicado pela 3a Vara Criminal de Blumenau como uma empresa criminosa.
Com base no inquérito da Polícia Civil que indiciou 98 pessoas, a sentença descreve por escutas e depoimentos como o grupo se articula. Na denúncia do Ministério Público, fica evidenciada a divisão de tarefas na organização criminosa. A promotoria descreve a composição do primeiro e segundo ministérios, além de explicar o funcionamento deles e dos disciplinas – responsáveis pela organização da facção.
– Segundo o documento firmado quando da constituição da organização e que é destinado a todos os integrantes, o PGC se constitui em uma associação de pessoas para, dentre outras finalidades, praticar crimes. O vínculo entre os integrantes da facção criminosa é estável e duradouro – explica o MP na denúncia.
Atestando o que informou a promotoria, a Justiça traduz como a forma com que o PGC atua:
– Trata-se de grupo/bando organizado, estruturado de forma empresarial e composto, basicamente, por detentos e ex-detentos de estabelecimentos penais de Santa Catarina.
A riqueza nas descrições do envolvimento com o grupo, principalmente das pessoas consideradas líderes da organização, chama atenção. Na sentença publicada na segunda-feira, a atuação dos 80 condenados é detalhada. Além das escutas telefônicas e depoimentos, a juíza usa muitas informações dadas por policiais civis responsáveis pelo inquérito que originou o processo judicial e pelos ex-integrantes da facção e delatores, Davi Schroeder, o Gângster, e Rudinei Ribeiro do Prado, o Derru. Este último era um dos 80 denunciados. Por ter colaborado com a Justiça, teve a pena de 16 anos e nove meses extinta.
Dentre as alegações para a condenação dos envolvidos, a juíza cita que embora não haja prova conclusiva quanto ao número de integrantes da facção, a quantidade “ultrapassa a casa dos quatro dígitos”.
O uso de menores para a prática de crimes, o comércio de drogas, o armamento pesado, o envolvimento de advogados, entre outras peculiaridades estão descritas na sentença. O DC hoje apresenta os principais pontos da histórica decisão da Justiça catarinense.
A sentença descreve a atuação de cada um dos condenados. No caso dos principais líderes, há quantidades diferentes de provas contra eles. A sentença de Evandro Sérgio Silva, o Nego Evandro, um dos criadores do PGC, cita uma escuta em que o nome dele é apontado como membro do Primeiro Ministério da facção. Além disso, os policiais civis que investigaram o caso e os ex-integrantes do PGC, Davi Schroeder, o Gângster, e Rudinei Ribeiro do Prado, o Derru, o apontaram como membro do grupo. Robson Vieira, o Robinho, tem situação parecida. Ele é citado em interceptações telefônicas como o disciplina Geral do Estado. Rodrigo de Oliveira, o Rodrigo da Pedra, tem contra ele escutas em que outros membros do PGC o citam como mandante dos ataques. As ordens teriam sido enviadas via Simone Saturnino, mulher de Rodrigo.

SENTENÇA ANALISADA

A denúncia do MP envolve cinco advogados entre os supostos integrantes da organização criminosa. Entretanto, apenas um foi condenado na sentença da juíza. Outras duas profissionais, Francine Bruggemann Wagner e Fernanda Fleck, foram absolvidas. Os casos de Simone Gonçalves Vissotto e João de Souza Barros Filho continuam sendo analisados pela Justiça. O único a ser condenado é Gustavo Gasparino Becker. Ele terá de cumprir 7 anos e 6 meses de prisão em regime semiaberto. Na descrição do envolvimento de Becker no caso, a sentença aponta: “É membro do grupo criminoso”.
Segundo o depoimento de uma das testemunhas, os advogados faziam a comunicação entre a ruas e as unidades prisionais.
– Mais precisamente, levam informações/determinações e mesmo regulamentações que devem ser cumpridas pelos membros da facção que estão em liberdade. A investigação, outrossim, indicou também que os profissionais do Direito, por ordem de membros da agremiação, transportam valores/dinheiro para outros membros – descreve um trecho da sentença.
Simone Saturnino, uma das rés do processo, é companheira de Rodrigo da Pedra, um dos principais líderes do 1o Ministério do PGC. Além deles dois, foram condenados Rogério Saturnino, Maycon Saturnino e Cleusa Saturnino. Os dois primeiros são os irmãos e a última a mãe de Simone. Na sentença, a juíza afirma que não resta dúvida de que “a família Saturnino está firmemente ligada ao PGC”.
– Inclusive porque Simone, filha da ré Cleusa, é esposa do também réu Rodrigo de Oliveira, vulgo Rodrigo da Pedra, atualmente um dos integrantes da cúpula da organização criminosa.
Durante a semana, o advogado de Rodrigo da Pedra e da família Saturnino, Francisco Ferreira, afirmou que a sentença foi “circense de terceira categoria”. Ele diz que pretende recorrer da decisão.
Os materiais que embasam a decisão deixam evidenciada a participação de adolescentes no PGC. Em mensagens trocadas entre membros da facção, há pedidos para que menores coloquem fogo em viaturas e ônibus.
Outro trecho da justificativa da magistrada na sentença cita o envolvimento de adolescentes na venda de drogas no Morro do Horácio, em Florianópolis.
– Soma-se a isso, o fato de o crime praticado envolver crianças e adolescentes, pois cediço que os menores são utilizados não só para “fazer o corre” (efetuar a distribuição da droga no varejo, por exemplo), mas também como “olheiros do tráfico”, informando aos traficantes quanto a movimentação da polícia nos locais de venda ou em suas proximidades.
Dos denunciados, os que foram condenados, na sua totalidade, vão responder pelo crime de associação criminosa. Além disso, a grande maioria também foi condenada pelo crime de tráfico de drogas e associação para o tráfico, com agravantes para quem cometeu estes crimes em unidades prisionais, aos que praticaram o crime com grave ameaça e os que tiveram caracterizado o envolvimento no tráfico entre Estados da Federação. Algumas penas foram aumentadas pelos dispositivos na lei que preveem acréscimo de tempo para os reincidentes e os que promoveram ou organizaram cooperação no crime.
A “facção mais temida do Estado”, como cita a juíza em meio à sentença, tem atribuída a ela pelo documento o comércio de drogas como crack, maconha, cocaína, lança perfume, LSD e ecstasy. Os antecedentes dos denunciados revelam que 25 deles eram reincidentes em tráfico de drogas e 41 por roubo. Segundo a denúncia do promotor de Blumenau, Flávio Duarte de Souza, “as conversas telefônicas mantidas por alguns dos denunciados revelam que efetivamente o tráfico de drogas é um dos pilares de sustentação do esquema criminoso”.
O Morro do Horácio, em Florianópolis, foi descrito com um dos locais em que a “empresa criminosa” se estabeleceu. Segundo a sentença da juíza, o grupo utiliza-se de armamento pesado visando silenciar a comunidade:
– Fazendo com que a população de bem (de regra trabalhadores de baixa renda) viva em constante medo, temendo o futuro de suas crianças (não raro requisitadas pelo tráfico em períodos em que se seus pais se encontram fora de casa, trabalhando) – discorreu.
A ligação do PGC com o Comando Vermelho, revelada com exclusividade pelo DC na série de reportagens Máfia das Cadeias, em abril de 2013, é atestada na sentença. Uma das testemunhas ouvidas na audiência ocorrida em setembro do ano passado no Complexo Penitenciário da Canhanduba, em Itajaí, afirmou que as armas da facção eram escondidas nos morros e adquiridas do Comando Vermelho (CV), facção criminosa carioca.
A mesma testemunha relatou que “existe uma conexão entre o PGC e o Comando Vermelho, pela qual este fornece não só armas, mas também drogas ao congênere catarinense, o que demonstra o poder de atuação do grupo”.
Uma escuta interceptada por Simone Saturnino, mulher de Rodrigo da Pedra, membro do 1o Ministério do PGC, revela que o apoio para a facção catarinense veio do contato dos detentos em penitenciárias federais:
– O Rodrigo já teve conhecimento com o pessoal do Rio. Foi onde eles foram pra Federal lá de Campo Grande e conseguiram apoio do pessoal do Rio (CV)! E agora se mandarem o Rodrigo pra outro lado, vai conseguir apoio de gente mais poderosa do que eles! – diz Simone para a amiga.
Em trecho da sentença, a juíza fala também do envolvimento do PGC com o PCC, facção criminosa paulista:
– Com efeito, o bando é extremamente articulado e visa não só se expandir por todo Estado, como também realiza “convênios” com outras agremiações criminosas de renome (PCC e Comando Vermelho).

 

PRINCIPAIS NOTÍCIAS DE 19 DE MAIO

 

COLUNISTA RAFAEL MARTINI – Diário Catarinense

Luta

Em São José, 252 pessoas foram retiradas das ruas este ano, conforme a prefeitura. Só no mês de abril, chegaram 40 novos moradores de rua. A maioria é usuária de drogas. Na quinta-feira, em Florianópolis, a secretaria de Assistência Social promete começo de novas e intensas abordagens para o atendimento aos dependentes de crack.

Basta

Passou da hora de uma grande ação para conter o excesso de velocidade nas ruas e rodovias de Florianópolis. A tragédia do fim de semana, matando jovens que haviam saído de um arrancadão, é a prova de que algo está muito errado. A SC-401, por exemplo, é pista de corrida de dia e de noite para alguns inconsequentes.

Lenga-lenga

Aprovados em concurso do Departamento de Administração Prisional continuam revoltados com a contratação de temporários. “Passamos por cinco etapas (objetiva, físico, psicotécnico, investigação social e exame toxicológico), gastamos dinheiro, muitos pediram dispensa no emprego”, diz um aprovado para agente que ainda não foi nomeado.

A propósito

O governador Raimundo Colombo desistiu de vez da promessa de desativar o complexo prisional em plena área residencial da Agronômica, em Florianópolis, onde estão cerca de 2 mil presos?

 

COLUNISTA HÉLIO COSTA – Notícias do Dia

Polícia na rua

Começaram a aparecer os resultados do planejamento do comandante-geral da Polícia Militar, Valdemir Cabral, no policiamento de rua. Por meio de rodízio, ele está direcionando o pessoal do serviço burocrático para rondas ostensivas. Na última sexta-feira, uma sargento da área administrativa e um soldado da banda da PM capturaram o ladrão que havia assaltado um supermercado no Centro de Florianópolis. Isto é uma prova de que polícia na rua dá resultado. Se o efetivo da nossa gloriosa Polícia Militar é insuficiente para o policiamento ostensivo, a alternativa é levar para as ruas quem trabalha em gabinetes de deputados, de juízes e no setor administrativo da corporação. Mais de 500 homens estão em desvio de função. Aliás, eles foram treinados para dar segurança à população e não às castas privilegiadas. A experiência começou por Florianópolis e vai se estender para todo o Estado. A intenção do novo comandante, que assumiu no início do mês, é louvável.

Tomara que este planejamento seja duradouro, porque a população quer é a polícia nas ruas.

 

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