A vida é uma dádiva incomensurável. Porém, é finita. Exatamente essa finitude constitui a angústia do ser humano. Somos o único ser vivo que consegue detectar a proximidade da cessação da vida. Desde a fantástica corrida pela vida da qual fomos o único vencedor até a chegada às portas do campo-santo, construímos uma história de trabalho e abnegação. No dizer da Drª Ana Claudia Quintana Arantes, geriatra especialista em cuidados paliativos, a vida não tem botão de liga e desliga. Sendo assim, devemos viver intensamente o minuto presente. Segundo ela, uma hora vai acabar. Ao final, é importante que olhemos para trás e digamos: “Sou feliz, pois aproveitei bem o meu tempo”. Divaldo Pereira Franco, conferencista espírita, alerta-nos para os quatro grandes gigantes da humanidade: a rotina, a angústia, o medo e a solidão. Conhecendo-os, podemos nos fortalecer para afugentá-los. A vida castrense nos modelou exatamente para superar esses quatro flagelos. Jamais tivemos rotina na faina dos quartéis ou nas ruas da urbe “pola lei, pola grei”. Não nos angustiamos, pois a nossa forja foi oriunda do aço da mais firme têmpera. O medo não ombreou conosco, pois nos tornamos guerreiros sociais, o primeiro garantidor da segurança do cidadão e da preservação da dignidade da pessoa humana. E a solidão foi expurgada pela formação dos corpos de tropa engalanados nas formaturas comemorativas, engajados nos logradouros públicos em defesa da sociedade ou nas exéquias dos nossos pares. Assim foi, é e sempre será a vida daqueles que doaram a sua juventude, mesmo com o risco da própria vida, para que outros seres anônimos pudessem viver. Exatamente assim também foi a vida do nosso mestre Coronel PM Edson Correa, que na data de hoje nos deixa pelo perfeito cumprimento da missão que abraçou. A história desse miliciano Barriga-verde está gravada na pedra, para que as gerações futuras jamais a esqueçam. Oriundo de família com tradição militar estadual, arrastou a muitos pelo exemplo, percorrendo os mais distantes rincões deste Estado, levando a tranquilidade pública, a verdadeira paz social. Nós que ficamos para uma próxima viagem te saudamos e agradecemos pelos ensinamentos repassados. Ide em paz.
Fred Harry Schauffert
Cel PM R/R Presidente da ACORS